terça-feira, 17 de março de 2015

A primeira convulsão (2004)

Com 1 ano e seis meses, comecei a ficar preocupada com seu desenvolvimento motor, por mais que tentasse não mostrava iniciativa em caminhar, ficava em pé segura em móveis, mas não ensaiava dar passos. A sensação que eu tinha, era que Beatriz tivesse medo de caminhar.
Em 24 de novembro de 2004 as 6h, estando com 1 ano e 8 meses, teve sua primeira crise convulsiva. Como nunca havia passado por isso, fiquei em pânico e  levei-a para o Pronto Socorro, onde foi avaliada e liberada com recomendação de procurar um neuropediatra.
No primeiro momento, procurei um neurologista que solicitou uma tomografia computadorizada e explicou que até dois anos de idade, o cérebro da criança ainda está em formação, sendo assim, é possível ter uma convulsão sem que haja qualquer alteração.
Em 07 de dezembro de 2004, foi realizado o exame de tomografia computadorizada, não mostrando alterações. O neurologista disse que a Beatriz tinha um atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, mas que com algumas sessões de fisioterapia, ela iria se recuperar.

Em agosto de 2005, iniciou acompanhamento com neuropediatra Dra. Sílvia Neila Cintra, iniciando também fisioterapia e fonoterapia. Manteve quadro estável, sem crises convulsivas e sem uso de medicamentos. Nessa avaliação, não foram encontrados maiores alterações neurológicas.
No dia 08 de setembro de 2005, teve sua segunda crise, porém por estar em estado febril, essa crise foi ignorada.
No dia 14 de setembro de 2005, realizado EEG, que mostrou atividade epileptiforme na região parietal mediana. No dia 21 de dezembro de 2005, teve nova crise convulsiva.

Durante o período de maio a dez de 2005, participou de um programa de atividades motoras (PRO-AMDE) realizado pela Universidade Federal do Amazonas, onde realiza atividades 2 vezes por semana. Apesar de realizar trabalho de fonoterapia, ainda não fala.



O dia da chegada (2003)

Beatriz nasceu em Manaus/AM, no Hospital Santa Rita, de parto cesariana no dia 07 de março de 2003, as 17:55h, pesando 2.300g e medindo 41 cm, recebe apgar 8/9. Recebeu alta no dia 09 de março de 2003, sem qualquer  recomendação ou diagnóstico pós-parto.
Alimentava com leite materno e após o primeiro mês passou a complementar sua alimentação com leite NAN. Apesar de ter nascido com peso baixo, em um mês já havia recuperado o peso.
Aos 2 meses já erguia a cabeça e aos 3 meses rolava no berço. Aos 4 meses deixou o leite materno e passou a se alimentar com leite NAN, suco de frutas e em seguida com sopa de legumes amassada. Aos 6 meses, sentava com apoio. Sua alimentação era como de toda criança na sua idade.
Aos oito meses já sentava sem apoio. Nessa época, andava com um andador e engatinhava, mas não andava.
Com um ano, ficava em pé com ajuda, mas não andava. Tomava leite na mamadeira, suco de frutas, vitaminada, comia sopa de legumes, etc.

Era uma criança alegre, sorridente e brincalhona. Não teve histórico de doenças infectocontagiosas.

Um anjo em minha vida

Você acredita em anjos? Eu também não acreditava, até acontecer em minha vida.

DEUS ESCOLHE A MÃE DA CRIANÇA DEFICIENTE.
A maior parte das mulheres hoje em dia, torna-se mãe por acidente, outras por escolha própria, outras por pressão social, outras por hábito.
Esse ano quase 100 mil mulheres tornar-se-ão mães de crianças deficientes.
Você alguma vez já pensou como as mães de crianças de deficientes são escolhidas?
- Eu já..
Uma vez visualizei Deus pairando sobre a Terra selecionando o seu instrumento de propagação com um grande carinho e compassivamente.
Enquanto Ele observava, instruía seus anjos a tomarem nota em um grande Livro.
- Para Maria: Um menino. Anjo da guarda Matheus.
- Para Ana: Uma menina. Anjo da guarda Cecília..
- Para Carmem: Gêmeos, anjo da guarda. Mande o Gabriel; ele está acostumado com a profanidade.
Finalmente Ele passa um nome para um anjo, sorri e diz:
- Dê a ela uma criança deficiente.
O anjo cheio de curiosidade pergunta:
- Por que a ela, Senhor? Ela é tão alegre.
- Exatamente por isso. Como eu poderia dar uma criança deficiente para uma mãe que não soubesse o valor de um sorriso? Seria cruel.
- Mas será que ela terá paciência?
- Eu não quero que ela tenha muita paciência porque aí ela com certeza se afogará no mar da autopiedade e desespero. Logo que o choque e o ressentimento passar, ela saberá como se conduzir.
- Senhor, eu estava observando hoje, ela tem aquele forte sentimento de independência. Ela terá que ensinar a criança a viver no seu mundo e não vai ser fácil. E além do mais, Senhor, eu acho que ela nem acredita na sua existência.
Deus sorri e diz:
- Não tem importância, eu posso dar jeito nisso. Ela é perfeita. Ela possui o egoísmo no ponto certo.
O anjo engasgou:
- Egoísmo? ... E isso por acaso é virtude?
Deus acenou um sim e acrescentou:
- Se ela não conseguir se separar da criança de vez em quanto ela não sobreviverá. Sim, essa é uma das mulheres que eu abençoaria com uma criança menos perfeita. Ela ainda não tem idéia, mas ela será também muito invejada. Sabe, ela nunca irá admitir uma palavra não dita.
Ela nunca irá considerar um passo adiante, uma coisa comum. Quando sua criança disser “mãe” saberá que ela está presenciando um milagre. Quando ela descrever uma árvore ou um pôr do sol para seu filho, ela verá como poucas já conseguiram ver a minha obra.
Eu a permitirei ver claramente coisas como ignorância, crueldade, preconceito e a ajudarei a superar tudo. Ela nunca estará sozinha. Eu estarei ao lado cada minuto de sua vida, por que ela está trabalhando junto comigo.
- Bom e quem o Senhor pensando em mandar como anjo da guarda?
Deus sorri e disse:

- Dê a ela um espelho. É o suficiente ...